Instituições financeiras consideram que a literacia para os seguros, medidas de adaptação, mutualização dos riscos e partilha de dados podem ser a chave para reduzir a lacuna de proteção.
O relatório ‘Diálogo sobre a Resiliência Climática’ considera necessário o regulador europeu de seguros (EIOPA) considerar recolher dados sobre perdas seguradas e exposição a catástrofes naturais e de torná-los públicos para garantir avaliações de risco corretas e reduzir a lacuna de proteção face a eventos climáticos.
O estudo parte da iniciativa da Comissão Europeia e foi realizada pelos participantes, entre eles a InsuranceEurope, a EIOPA e a Agência Europeia do Ambiente.
Ainda relativamente à partilha de informações, a EIOPA propôs a criação de um centro público de dados relativos a catástrofes naturais a nível da UE, que resultaria da cooperação entre o setor segurador, autoridades da União Europeia e estados-membros.
O responsável pelos seguros pessoais e gerais da InsuranceEurope e coautor do relatório realçou que, para as seguradoras continuarem capazes de oferecer seguros “amplos e acessíveis”, a cooperação entre a sociedade civil, empresas, decisores políticos e empresas de seguros é essencial.
Nicolas Jeanmart assinalou ser necessário reduzir radicalmente as emissões de gases com efeito de estufa e reforçar a resiliência das comunidades. Reunir (re) seguradoras, consumidores, empresas e decisores políticos para ouvir, aprender e oferecer soluções concretas é um dos caminhos a seguir”.
Embora ainda não se saibam detalhes, este último tema tem dado que falar em Portugal. Principalmente no que respeita ao Fundo Sísmico.
Este deverá assumir forma de parceria público-privada que terá como receitas contribuições incorporadas nos prémios de seguros de habitação e empresas, sendo os danos com sinistros cobertos a sua totalidade por diferentes níveis de responsabilidades pelas seguradoras, resseguradoras e Estado. Neste momento, a ASF está a preparar um regulamento para a criação do fundo que devera entregar ao governo até ao final do ano.
Literacia e adaptação também são chaves para reduzir a exposição ao risco
O relatório também propõe fomentar a literacia para os seguros para reduzir a lacuna de proteção. Nesse âmbito sugere “desenvolver ferramentas acessíveis para os consumidores e oferecer mais informações específicas às necessidades de cada localidade”. Incentivar os tomadores de seguro a adotar medidas de adaptação e assim mitigar os riscos, outra forma de reduzir a lacuna de proteção.
Todas as propostas mencionadas têm sido referidas pelos atores do setor em Portugal e aplicadas por algumas empresas e instituições públicas.
A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões criou um portal para o consumidor dedicado a literacia financeira e há ferramentas de IoT (Internet das Coisas) utilizadas para a atribuição de descontos no seguro automóvel, por exemplo.
Fonte: Eco – SAPO