Conversa Segura #8: aumento da proteção social depende do mercado segurador

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Ampliar o acesso da população aos seguros significa uma sociedade mais resiliente às dificuldades próprias do mundo contemporâneo.

Mas há desafios. Esse é o ponto de partida do oitavo episódio da série Conversa Segura, podcast da CNseg, a Confederação Nacional das Seguradoras.

A jornalista Anne Barbosa recebe Sany Silveira, presidente da CNP Seguros Holding Brasil; Luciano Soares, presidente da Icatu Seguros; e Ivo Machado, sócio-fundador e vice-presidente da Ezze Seguros.

“Talvez o nosso maior desafio, em termos de oferta, seria fazer com que as pessoas possam compreender, de fato, o valor do seguro e que comecem a ganhar uma percepção de que é simples”, analisa Sany Silveira.

Para as seguradoras, a comunicação com o consumidor é uma questão essencial. “Em termos de canais, de simplificação em um processo de compra, de entendimento no caso de o segurado recorrer a seguradora”.

Nesse caso, a tecnologia aparece como uma importante aliada de consumidores e empresas, por permitir uma conectividade rápida (por meio de interfaces de APIs) com escala, o que leva a democratização dos produtos.

“O nosso desafio e chegar a todos os públicos e o cliente final tem a prerrogativa de escolher o canal que ele quer. Agora, como é que a gente consegue estar bem conectado com cada um desses canais, para que os produtos possam ser distribuídos de uma maneira fácil, tanto na venda quanto no pagamento do benefício”, pontuou Luciano Soares.

Ivo Machado reforça ainda que a tecnologia deve ser olhada como um meio para a seguradoras ser mais eficiente para o cliente a um custo mais reduzido. “Esse debate que as insurtechs trouxeram para o mercado de seguros foi muito interessante do ponto de vista de você melhorar a experiência do usuário”, disse o executivo.

Para ele, como esse é um mercado que tem como princípio o mutualismo, naturalmente os custos se reduzem e isso permite ao mercado ampliar a oferta de proteção social.

Quais os caminhos?

Durante o programa, os convidados também falaram sobre essas empresas de tecnologia em seguro e seu papel disruptivo para garantir um acesso mais simples e direto dos produtos do mercado ao consumidor.

“Lamentavelmente a gente tem hoje uma percepção, equivocada, inclusive, de que o seguro é caro, que o seguro não é para as pessoas de menor poder aquisitivo. É como se fosse algo mais elitizado e a verdade é que a gente tem ofertas personalizadas para todos os segmentos e as insurtechs surgem com essa abordagem mais direta, com personalização”, afirmou Sany Silveira.

Além disso, ela disse que é cada vez mais evidente a necessidade de estimular a educação financeira, para que as pessoas percebam a importância de proteger as conquistas, além da própria vida.

Linguagem e padronização

Todo mundo demanda proteção, independente de classe social. Além disso, essa busca pela proteção pode se dar em problemas específicos, explicou Luciano Soares. “O problema é que as vezes a pessoa esquece que precisa de proteção, por isso que a jornada é tão importante e o linguajar adequado é chave”.

Cultura e educação financeira

Ampliar a cobertura de seguros e ter uma sociedade mais protegida também demanda investir em ações que promovam a educação financeira. Ivo Machado lembra que 30% da frota de veículos que circulam no país tem cobertura de seguros.

Já as residências, apenas 7%. “E muitas dessas residências, como a gente experimentou agora no Rio Grande do Sul, não tem cobertura de alagamento e muitas delas tiveram essa questão de não ter a cobertura adequada para os riscos que a gente corre, principalmente com as questões climatológicas que nós vamos enfrentar de forma recorrente”.

Microsseguros e outros produtos

A proteção não é algo ligado a momentos específicos, por exemplo, a idade de uma pessoa, mas as fases da vida. Por isso é preciso calibrar, afirmou Luciano Soares. “Para o cliente final ser previdente ele precisa ter um combo e esse combo precisa ser ajustado de acordo com a necessidade de vida de cada um, do momento de cada um”.

Ele explica que a longevidade traz nuances ainda mais importantes para esse debate. “Por isso as seguradoras precisam estar mais atentas a essa dinâmica para prestar a assistência”, disse.

Confira a entrevista na íntegra: https://youtu.be/NZM82QbqGuE

https://cnseg.org.br/noticias/conversa-segura-8-aumento-da-protecao-social-depende-do-mercado-segurador

Fonte: CNseg