Com nova estação fixa, DetranRS projeta chegar à reciclagem de 100% dos materiais da sucata veicular

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Referência na reciclagem veicular no país desde 2009, o DetranRS dá um novo passo rumo a meta da destinação ambientalmente correta de 100% do material dos veículos em fim de vida útil.

Com uma estação fixa de reciclagem e tratamento de resíduos, a autarquia quer aumentar o percentual de material reaproveitado e tratado até chegar à totalidade do veículo.

O projeto piloto iniciou em março na primeira estação fixa, localizada em Cachoeirinha, e hoje tem capacidade para reciclar cerca de 50 sucatas/dia.

A estação fixa foi desenvolvida pela empresa parceira, especificamente para as necessidades do DetranRS, descritas no termo de licitação. “Esse é um modelo inédito, fomentado pelo setor público.

A reciclagem veicular já é realidade em uma série de países, sendo promovida, em sua maioria, pela iniciativa privada ”, explica a analista Núbia Coimbra, que é doutora em Engenharia, pesquisadora do tema, e ajudou a conceber e qualificar o projeto na autarquia.

Há 15 anos, o DetranRS já realiza reciclagem de veículos em fim de vida útil. Hoje, o processo começa nos pátios dos depósitos, onde são retiradas baterias, extintores e cilindros de GNV.

Depois o veículo é descontaminado em uma plataforma com a retirada dos fluidos (combustível, óleo e fluido de freio). Por fim, é compactado e transportado para a a Riograndense, unidade de produção de aço da Gerdau, localizada em Sapucaia do Sul.

Na estação fixa, além de qualificar o tratamento dos resíduos, a intenção é separar também outros materiais para reciclagem, como: vidros, borrachas, plásticos, chicotes e forrações.

Assim, reaproveita-se mais da sucata veicular, proporcionando que o material ferroso chegue à Gerdau como matéria-prima secundária, com menor percentual de mistura.

“A destinação ambientalmente correta do resíduo veicular é uma preocupação do DetranRS há muitos anos.

Mas como era algo inédito no país, precisamos construir todo um processo, que agora estamos aperfeiçoando, buscando referências em outros países como Japão e Estados Unidos.

A meta ousada é chegar a 100% de reaproveitamento dos resíduos veiculares. Nosso compromisso é cuidar de todo o ciclo de vida do veículo, desde o registro, até o descarte correto, sempre balizados pela proteção ambiental”, explica o diretor técnico da autarquia, Fabio Pinheiro dos Santos.

Para Denis Gomes, líder de metálicos da Gerdau, maior recicladora de sucata metálica da América Latina, a parceria com o DetranRS assegurará que a empresa siga sendo uma referência na produção de aço com baixa emissão de carbono.

Uma das fontes de geração de sucata metálica é a reciclagem de veículos (cerca de 71% do aço produzido pela companhia), o que permite com que um volume importante destes carros sejam retirados das ruas e transformados em novos produtos de aço, uma vez que o aço é um item infinitamente e 100% reciclável. “Essa parceria também fortalece as cadeias de fornecimento e a destinação correta de materiais metálicos após as enchentes no Rio Grande do Sul.

A demanda pelo tratamento de bens inservíveis aumentará e a agilidade na descontaminação e destinação desses materiais é um diferencial neste momento de reconstrução do estado”.

ETAPAS DA RECICLAGEM NA ESTAÇÃO FIXA 

  1. Dentro dos depósitos, veículos destinados à reciclagem são preparados com a descaracterização do chassi e placas do veículo.
  2. Veículos são transportados em um caminhão com caixa ecológica dos depósitos até a estação fixa.
  3. Após a pesagem, o veículo é posicionado dentro da estação com piso impermeável para a retirada dos componentes inflamáveis, como bateria, extintores e cilindro de GNV, se houver. Esses materiais são separados e encaminhados para destinação correta.
  4. Depois dessa etapa, o veículo é posicionado em uma plataforma descontaminadora, onde uma pistola pneumática perfura e suga os fluidos do tanque de combustível, reservatórios de óleo e fluido de freio. Estes fluidos são levados através de dutos até reservatórios localizados em área específica externa a edificação, onde são armazenados até seu encaminhamento posterior a reciclagem.
  5. Depois de descontaminado, o veículo é transportado para a área externa onde ocorre sua descaracterização total através de prensa hidráulica que realiza a compactação da estrutura veicular.
  6. Após concluído o processo de compactação, o material é depositado dentro de containers e, completado o limite de carga para transporte, são enviados para a produtora de aço.
  7. Na Gerdau, os blocos resultantes da compactação são triturados. Depois, esteiras magnéticas separam o material ferroso, que é processado e retorna como insumo para a indústria.

https://www.detran.rs.gov.br/com-nova-estacao-fixa-detranrs-projeta-chegar-a-reciclagem-de-100-dos-materiais-da-sucata-veicular

Fonte: DetranRS