Portugal é o 7.º país europeu mais afetado em perdas económicas devido a eventos climáticos extremos. As seguradoras pagaram perto de 800 milhões em indemnizações nos últimos 18 anos. O incêndio de Pedrógão Grande, em 2017, foi um dos que implicou mais encargos.
As alterações climáticas vieram para ficar e o resultado está à vista. Nos últimos 17 anos, o país enfrentou um total de 20 “eventos extremos”, usando a classificação utilizada pelas companhias de seguro.
Segundo o “Diário de Notícias”, que cita um relatório da Agência Europeia do Ambiente, Portugal está no 5.º lugar em mortes prematuras (em 35 países) e é o 7.º país europeu mais afetado em perdas económicas.
Mas há mais. Desde 2006, as seguradoras nacionais receberam 166 500 participações de sinistros relacionados com eventos climáticos, tendo sido pagos perto de 800 milhões de euros em indemnizações.
De acordo a análise do DN dos dados da Associação Portuguesa de Seguradores, o incêndio de Pedrógão Grande, em 2017, onde perderam a vida 66 pessoas e ficaram feridas 253, resultou num encargo para as seguradoras na ordem dos 25 milhões.
No mesmo ano, os restantes incêndios de outubro acabaram por implicar um custo total de 230 milhões de euros em indemnizações.
Há ainda a assinalar que a cobertura dos seguros é muito baixa. Segundo o relatório da Agência Europeia do Ambiente, entre 1980 e 2020, estima-se 13,46 mil milhões de euros em perdas totais, mas apenas 478 milhões de euros estavam cobertas pelos seguros.
Em causa, o facto de “mais de 90% das perdas patrimoniais registadas não estarem cobertas pelos seguros”.
As vagas de calor ou de frio, secas ou incêndios florestais são responsáveis por um quarto dos prejuízos financeiros e por 93% do total de mortes. As inundações (44%) e as tempestades (34%) são os eventos que causaram os maiores prejuízos.
https://www.jn.pt/3792266873/desastres-climaticos-ja-custaram-800-milhoes-as-seguradoras/
Fonte: Jornal de Notícias