Reguladora dos seguros reitera que sabe quem comprou seguradora do Novo Banco

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A presidente da Autoridade da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões, Margarida Corrêa de Aguiar, assegura saber quem são os 19 beneficiários últimos do Fundo Apax, que comprou a GNB Vida (ao Grupo Novo Banco), e que estes são idóneos.

Presidente do regulador dos seguros, Margarida Corrêa de Aguiar, disse esta terça-feira aos deputados da Comissão de Orçamento e Finanças, que, quanto à venda da GNB Vida ao fundo Apax, pode “assegurar que são 19 beneficiários, 19 investidores individuais que têm participação no fundo Apax”.

A presidente da ASF diz mesmo que estes beneficiários não têm qualquer relação com o investidor Greg Lindberg, há vários anos investigado e recentemente condenado por corrupção, e que tinha sido o primeiro comprador da GNB Vida, num processo que acabou por não seguir em frente.

“Tivemos de desenvolver processos quanto à idoneidade dos adquirentes e depois de muitas consultas a várias autoridades de supervisão europeia e outras, sabemos que essa pessoa não tem qualquer relação com os outros beneficiários. São as garantias que posso dar”, remata.
Margarida Corrêa de Aguiar esclarece que houve dois processos distintos para a compra da GNB ao Novo Banco.

Em causa está uma entidade, a Global Bankers. No primeiro processo, esta empresa pertencia a Greg Linberg, mas, depois de várias informações recolhidas, a ASF percebeu que havia investigações ao gestor. “Considerámos que não lhe podíamos conferir idoneidade e este desistiu”.

Depois, prosseguiu Margarida Corrêa de Aguiar, houve outro comprador, o fundo Apax, que comprou a operação na Europa da Global Bankers e que “terá ficado também com as instalações da Global Bankers”. E sobre este fundo Apax não se colocou qualquer problema quanto à idoneidade dos seus beneficiários últimos.
A audição foi convocada para que a líder da ASF explicasse qual o estado dos seguros em Portugal.

Na sua apresentação inicial falou dos impactos mais imediatos da pandemia que terá impacto na solvência das seguradoras. Até ao momento, este indicador, apesar de ter diminuído, continua muito acima do exigido em termos globais.

Nos primeiros seis meses do ano a venda de seguros derrapou, fortemente influenciada pela pandemia.
“A volatibilidade dos mercados, a sustentabilidade das finanças públicas e a persistência de taxas de juro muito negativas” são, para a líder da ASF, os principais riscos a nível macro-económico.

A falência de empresas e o agravamento do desemprego por via da pandemia colocam alguma pressão sobre o sector já que este “está muito ligado à atividade económica”.
Quanto ao futuro, os cenários são mais difíceis de fazer já que a duração e os impactos da pandemia são ainda incertos.
Fonte: Expresso