Presidente da HDI Seguros palestra sobre o futuro do Seguro Auto

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Seguro de automóvel foi o tema do almoço promovido pelo Clube dos Corretores de São Paulo. O evento que é mensal contou com a presença de Murilo Setti Riedel, presidente da HDI Seguros. O Restaurante Circolo Italiano recebeu cerca de 50 Corretores interessados no assunto.

O executivo da HDI fez uma análise do segmento e lembrou que esse ano o seguro de automóvel vive um desafio. Segundo ele, foi encerrado um ciclo bom no mercado brasileiro. “Nos acostumamos mal com o crescimento de dois dígitos, de 2008 pra cá, o mercado de auto aproveitou números expressivos”, afirmou.

Ele disse que a alta na venda de veículos novos refletiu na venda de seguros de automóveis já que veículos novos são de alta penetração de seguros. “A HDI aproveitou muito essa época”, disse.

A queda na venda de veículos é um fenômeno mundial. Para o presidente da HDI, Uber, a melhora no transporte público (citando São Paulo como exemplo), a crise econômica no Brasil, trouxe um novo patamar na venda de veículos e isso refletiu na venda de seguros. “São Paulo tem 68% das vendas de veículos na região sudeste e agora há uma saturação. De maneira geral, o mercado vem equilibrando, mas de maneira muito estreita”, analisou. Além disso, ele alertou para o aumento da criminalidade que também impacta o mercado.

Futuro

Riedel lembrou que atualmente são vendidos cerca de 2,5 milhões de veículos novos contra os 4 milhões antes da crise. Por isso, ele entende a taxa de penetração do seguro cai e a frota envelhece. “Veículos zero são segurados; frota envelhecida não tem hábito do seguro”, alertou. Os veículos antigos viram alvo da criminalidade: são objeto de roubo para fornecer peças usadas para o setor de peças.

Ele explicou que a taxa de penetração onde eram trazidos novos segurados (veículos novos) não existe mais já que não há cenário que consiga trazer consumidor para consumir novos veículos. “As vendas voltam a crescer em um patamar muito pequeno. A vontade de comprar carros diminuiu vertiginosamente”, disse o presidente da HDI.

Para ele, o mercado de seguros à medida que fica mais maduro segue a tendência de outros mercados. “Imaginávamos que o Brasil teria uma estabilidade de produção e vendas de seguros daqui a alguns anos.

A crise acelerou algumas tendências, principalmente nas capitais. Em São Paulo, o transporte público melhora e também outras formas de transporte alternativo crescem e isso também impacta o mercado”, analisou. Além disso, com a crise econômica, o crescimento do mercado informal de trabalho, o uso de tecnologias etc. faz com que o mercado precise estar atento a essas tendências porque são variáveis que os corretores precisam entender porque vão fazer parte do dia a dia.

Cenários

Ele disse também que com a queda na taxa de juros, a expectativa é que haja um encarecimento do seguro nos próximos anos. “Não tem como ser diferente”, disse ele. O executivo revelou que as seguradoras têm feito racionalização de custos e isso também pede empenho dos corretores para que elas sejam implementadas.

“A digitalização de processos internos da seguradora é irreversível. Nós não vemos efeito disso na comercialização e sim na entrega de serviços como vistoria, movimentação de endossos”, completou.

Ele afirmou ainda que a tão falada diversificação muitas vezes está dentro do próprio seguro auto. “Podemos falar em diversificação de ramos, automóvel perdeu relevância, mas é preciso pensar em diversificação dentro da carteira de auto. É importante ter em mente que os outros ramos crescem e o desafio é fazer o auto uma plataforma de venda”, afirmou.

Para o executivo os ciclos ficaram mais rápidos. O cenário pessimista era o crescimento de 3% todo ano para a carteira de automóvel. Hoje, esse é o otimista. “As realidades passaram a mudar rapidamente e é preciso ter isso à frente de nossas mesas. É difícil fazer projeções. É complicado dizer quais são os formatos”, ponderou.

Para ele, o uber é uma nova forma de venda. “As relações são mantidas em formatos diferentes. Ninguém vai parar de se locomover. O seguro de auto vai ser o seguro de locomoção. Vamos ter de oferecer seguro para todas as locomoções: bicicleta, patinete, uber. A relação muda daqui pra frente. Teremos de pensar em seguro de locomoção”, finalizou.

Fonte: CQCS